Que deixem as rosas
Não nos dêem rosas
Não queremos rosas
Se já não podemos ter as que se foram
As que nos foram arrancadas
Despetaladas
Despedaçadas
As que já não respondem quando chamamos
Que deixem nossas rosas
Rosa Amélia, Rosália,
Rosane, Rosamaria,
Rosa Clara, Rosa
Rosas
Não nos dêem rosas que nada significam
Não queremos presentes
Já estamos presentes
Como estivemos no passado
Como estaremos no futuro
Como estamos agora
Com toda coragem
Que não merece o descaso dessas rosas vendidas
O dia da mulher são todos os dias
Assim como o seu lugar
Todos
O batom vermelho não diz quem somos
No oitavo dia do terceiro mês reafirmamos necessidades
De luta
De justiça
De igualdade
No oitavo dia lembramos as rosas queimadas
Aprisionadas
Desumanizadas
Lacradas
Emudecidas
Não nos ultrajem
Não nos subjuguem
Não queiram ferir nossas mãos com essas rosas oferecidas
Já temos nossas Rosas
Com cabeças que pensam
Bocas que falam
E gargantas que gritam
Que gritam não para a impunidade
Não para a violência
Não para o descaso
Kaliani Rocha
(Em protesto contra a comercialização do dia da mulher)
terça-feira, 3 de junho de 2008
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2 comentários:
Kali, concordo com tudo isso.
Não queremos flores, mas sim iguladade e respeito. Chega de ser Amélia, ou coisa parecida! Decisões precisam ser tomadas... Atitudes modificadas, reproduções de práticas machistas solapadas!
Beijo e por favor, me passe a bibliografia sobre epistemologia feminista!
Kali, concordo com tudo isso.
Não queremos flores, mas sim iguladade e respeito. Chega de ser Amélia, ou coisa parecida! Decisões precisam ser tomadas... Atitudes modificadas, reproduções de práticas machistas solapadas!
Beijo e por favor, me passe a bibliografia sobre epistemologia feminista!
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